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sábado, 10 de junho de 2017

CAMPOS VIBRACIONAIS: COMPREENDENDO A 'ÁGUA' EM QUE ESTAMOS MERGULHADOS

 

Compreender a forma como ativamos o melhor ou o pior em nós e no outro, atuando sobre o campo vibracional, é quase como um peixe compreender a água em que está mergulhado.
A real noção dessa responsabilidade que temos sobre os nossos atos é tão gigante e intensa que, muitas vezes, não conseguimos encará-la. No entanto, se bem compreendida, ela pode ser leve, pode ser doce, pode ser vivida passo a passo. Quanto mais focada em cada pequena expressão de nosso ser, tão mais substancial e iluminada essa consciência será.
Para apreendermos um pouco dessa água em que estamos mergulhados, precisamos falar de comportamentos humanos culturalmente repassados, de geração em geração. Vamos a alguns deles:
- Para fazer valer quem somos precisamos nos sentir melhores do que o outro, desavisados de que, quanto melhor estiver o outro, melhor estaremos, posto que vivemos numa rede absolutamente interdependente.
- Em muitos momentos, ao sinal de qualquer contrariedade, sentimos, falamos, apontamos e esperamos o pior das pessoas. Seja de nós mesmos, do cônjuge, dos filhos, dos colegas com quem convivemos. Junto com a exclusão de cada um deles, empobrecemos.
- Ainda que interdependentes, cada um tem seu caminho único, exclusivo, específico a desbravar e criar. A cada interferência com intenção de controle ativo do resultado, estamos perdendo o foco (e a energia) da própria caminhada e atrapalhando ou despotencializando o caminhar do ser que nos julgamos no papel de exigir uma resposta à nossa maneira.
- Não conseguimos abraçar a sombra, os “aindas-em-aprendizado”. Então, projetamos para fora tudo aquilo que não abraçamos, integramos e conciliamos dentro.
- Agimos de um lugar de desconexão desta rede, nos conectando a um sentimento de insegurança. Desligados da Fonte, ou seja, da confiança de que existe uma Ordem Maior de Amor nos conduzindo, caímos na ilusão de que “precisamos estabelecer controle, ou tudo irá de mal a pior”.
- Assim, começamos a impor ao mundo a nossa forma pessoal de sentir, pensar e agir. Passamos a cobrar que as pessoas façam do nosso jeito, ou tudo pode dar errado.
Pode parecer cansativo, dual e incômodo reconhecer cada um desses lugares em nós... Eu sei. Mas nessas horas me convido à firmeza de persistir, pois é na sombra que estão nossos grandes aprendizados e potenciais de luz. Ao olhar para esses comportamentos e perscrutá-los com atenção e auto-amor, vamos mais além.
No contexto da ativação do melhor e do pior em nós e nos outros, conhecer esses mecanismos nos permite compreender a forma como estamos emaranhados com as pessoas que nos cercam, e como nosso campo pessoal atua sobre os deles.
A ESCOLA DA CONVIVÊNCIA
Certa vez, há muitos anos atrás, um amigo meu me disse: “Dani, estamos nesse mundão de Deus pra (gente) se relacionar (com as pessoas)”. Naquela época eu me senti muito mexida com essa frase, e ela nunca mais saiu de mim. Foi um momento de encontro com A Verdade, aquela que tanto nos toca e nos liberta.
Esses emaranhamentos, e cada um deles, são os instrumentos de que a professora Vida se serve para nos ensinar. Ao mesmo tempo que são mapa da mina, fiquemos atentos para que a gente use o tesouro e não o contrário. Quem manda em quem? Falo isso porque em muitos momentos nos deparamos com a imensa tentação de nos apegarmos aos “rolos”, nos vitimizarmos e ficarmos por ali, lambendo o chão das zonas estéreis das lamentações.
E conforme vamos nos dando conta do caminho do meio que existe entre conviver e invadir; entre estender a mão e aprisionar alguém, cobrando multas e juros em seguida; entre amar e exigir; vamos percebendo quanta riqueza temos a desenvolver em nossa própria história, e passamos a fluir e passear pelas pessoas com quem convivemos, com beleza, inteireza, admiração pelo tempo evolutivo de cada um. Enfim, com embevecimento pelos seus tempos e processos internos – sejam como sejam.
Desistimos de querer salvá-los ou apontar o melhor rumo a seguir. Num movimento de humildade, nos recolhemos tão somente ao nosso próprio – e suficiente – lugar. Tratamos de fazer o melhor de nossas vidas, deixando brilhar nossa própria luz que, como diz Mandela, é a melhor maneira de, inconscientemente, permitir que os outros façam o mesmo. Seguimos focados em amar e alegrar os caminhos por onde passamos. Espelhamo-nos uns aos outros, aprendemos com isso, mas estamos sempre focados naquilo que tão somente nos cabe.
DESCOBRINDO A BELEZA DOS “AINDAS”
Indulgência. Nesta palavra, em latim, estão os sufixos in-dulce – doçura dentro. Quando nos deparamos com algum aspecto em construção em nós e no outro, as “incapacidades-ainda”, podemos olhar também para o que já está lá. Ou seja, para a capacidade de florescer e de acertar.
Uma criança que ainda não aprendeu a andar tem em si todas as possibilidades de, amparada, poder dar um passo após o outro. Mas se os pais desistirem dela e disserem: “esta definitivamente não anda”, o esforço dela precisará ser ainda maior na vida. Os pais terão perdido a oportunidade preciosa de apostar nos “aindas” da criança. Precisamos ter calma e acreditar que nossos "aindas" serão, no tempo certo, novas realidades.
Para isso, o foco precisa estar na confiança de que a Vida que habita a todos, o Amor que de nós se serve, irá trazer as oportunidades perfeitas para que cada um, a seu tempo, floresça. Basta a gente não atrapalhar muito. E à medida que pudermos atuar no apoio dessas pessoas, não como um professor ou salvador, mas como alguém que está ao lado, incentivando, sendo belo em seu próprio caminhar e estimulando o outro a desenvolver seu próprio percurso, estaremos entregando o nosso melhor ao mundo.
Sou apaixonada pela palavra “ainda”, que sorvi da fonte de sabedoria de minha amada mamãe. Simplesmente porque o “ainda” guarda em si todas as potências do Amor em Movimento. É uma palavra que sugere: algo em mim (e no outro) está em curso e chegará lá! Simplesmente amo a liberdade, a fé e a confiança que esta palavra desperta em mim.
CONVITE A MIM MESMA (E QUE TALVEZ POSSA SERVIR, TAMBÉM, A VOCÊ)
Nesse lugar mais livre, permito-me olhar para meus processos com calma, com leveza, auto-amor, e assim fico mais forte e nutrida para olhar para cada um dos professores que a Vida nos traz. Os observo com calma, acolho suas necessidades, converso com eles num processo de profunda empatia.
Amparada pelo Evangelho de Jesus, convido-os a vivenciar – devagar – a Boa Nova e, juntos, vamos amadurecendo e ensaiando novos pensamentos, sentimentos, palavras, atitudes e hábitos.
Deste lugar, plena de auto-amor e indulgência por mim mesma, passo a ter isso para oferecer aos outros. Olhando-os com as mesmas posturas, ativo seus campos de florescimento, posto que há coerência interna em mim para tanto.
Explica-se, assim, o “como a ti mesmo” da regra de ouro de Jesus: “Ame ao próximo, COMO A TI MESMO”. O "fora" sempre nos estimula e instiga, mas ganha força dentro: ativando nosso próprio campo interior e, então, ativando o campo do outro da forma mais livre, bonita e consciente que pudermos expressar, momento a momento.
(Daniela Migliari, 26 de maio de 2017, num voo entre São Paulo e Brasília)
*TEXTO 5 DA SÉRIE*: _A alegria de co-criar o mundo com responsabilidade e amor_ – Uma reflexão sobre como ativamos o melhor e o pior em nós e nos outros.

quarta-feira, 7 de junho de 2017

OSHO E A ENERGIA FEMININA

Sim, Gurdjieff disse que uma mulher não pode alcançar a iluminação exceto através de um homem – e ele está certo. Ele está certo porque a energia feminina difere da energia masculina. É como alguém dizer que só uma mulher pode dar à luz a uma criança. Um homem não pode dar à luz a uma criança. A estrutura física da mulher carrega um ventre, a estrutura física de um homem é sem útero – ele pode ter um filho somente através de uma mulher. E o mesmo em ordem inversa acontece no nascimento espiritual: a mulher pode ficar iluminada somente através de um homem. Sua energia espiritual é diferente também, assim como a sua parte física. Por quê? Por que isso acontece? 
Lembre-se, esta não é uma questão de igualdade ou de desigualdade – esta é uma questão de diferenças. 
Mulheres não são menores do que os homens porque elas não podem atingir diretamente a iluminação; o homem não é inferior a mulher, porque ele não pode dar à luz uma criança diretamente. Eles são diferentes. Não há dúvida de igualdade ou desigualdade, não é uma questão de avaliação. Eles são simplesmente diferentes, e isso é um fato. 
Porque é difícil para a mulher atingir a iluminação diretamente? E por que para o homem é que é possível atingir a iluminação diretamente?

Há duas maneiras, basicamente apenas duas maneiras que levam à iluminação. Uma delas é a meditação e a outra é o amor. Você pode chamá-los Gyana Yoga e Bhakti Yoga – o caminho da sabedoria e o caminho da devoção. As formas básicas são apenas duas.
O amor precisa do outro, a meditação pode ser feita sozinho. O homem pode alcançar através da meditação – e é por isso que ele pode alcançar diretamente. Ele pode estar sozinho. No fundo, ele está sozinho. Solidão vem naturalmente para o homem. Para uma mulher estar sozinha é difícil, muito difícil, quase impossível. Todo o seu ser é um desejo profundo de amor, e por amor, o outro é necessário. Como você pode amar, se o outro não está lá? Você pode meditar se o outro não está lá – não há nenhum problema.
As mulheres; a energia feminina, atinge o estado meditativo através do amor e a energia masculina atinge o amor através da meditação. Um Buda torna-se uma grande força amorosa – mas através da meditação. Quando Buda voltou para o seu palácio, sua esposa estava muito incomodada, naturalmente, porque há doze anos ele não havia 
mostrado o seu rosto. Uma noite, ele tinha simplesmente desaparecido, sem dizer nada a ela. Enquanto ela dormia, ele escapou como um covarde. 

A esposa de Buda, Yashodhara, lhe teria permitido ir embora. Ela era uma mulher corajosa. Se Buda tivesse lhe pedido, ela lhe teria permitido, não teria havido nenhum problema com isso, mas Buda não pediria. Ele estava com medo que alguma coisa pudesse dar errado, ela poderia começar a chorar, lamentar ou algo assim. 
Mas o medo não foi por causa dela – o medo era no fundo de si mesmo. Ele estava com medo de que seria difícil para ele deixar Yashodhara chorando. O medo é sempre de si mesmo. Seria muito cruel e ele não podia ser tão cruel, por isso era melhor fugir enquanto sua esposa estava dormindo. Então, ele fugiu, e depois de 12 anos voltou. 
Quando voltou, Yashodhara lhe perguntou muitas coisas. Uma das coisas foi: Diga-me, tudo o que você alcançou lá, você não poderia ter alcançado aqui, vivendo comigo? Agora que você já atingiu você pode me dizer. 
Diz-se que Buda permaneceu em silêncio. Mas eu respondo: Buddha não poderia ter atingido, porque um homem profundamente apaixonado… e ele estava profundamente apaixonado por Yashodhara, era uma relação muito íntima. Se não tivesse havido nenhuma relação com Yashodhara, se ela tivesse sido simplesmente uma esposa hindu, onde não há amor no relacionamento, então Buda poderia ter despertado até mesmo vivendo com ela. Então, realmente não haveria nenhum problema. Quando o outro está lá na periferia, quando não estão relacionados. Se você não estiver relacionado, o outro não existe – apenas uma presença física se movendo nas beiradas.
Mas Buda estava em profundo amor. E é difícil para um homem alcançar a meditação quando ele está em amor – este é o problema. Muito difícil, porque quando ele está apaixonado, quando ele se senta em silêncio, o outro surge na mente, todo o seu ser começa a se mover em torno do outro. Esse era o medo, é por isso que Buda escapou. 
Ninguém falou sobre isso antes, mas Buda escapou daquela casa, da esposa, do filho, porque ele realmente os amava. E se você ama uma pessoa, então quando você estiver ocupado você pode esquecê-la, mas quando você está desocupado o outro virá à memória imediatamente, e então não há espaço para o divino entrar. Quando você está ocupado, trabalhando em uma loja, ou…. Buda estava em seu trono cuidando dos assuntos do reino, então ele estava bem – ele poderia esquecer Yashodhara. Mas sempre que ele não estava ocupado, havia Yashodhara – a lacuna foi preenchida por Yashodhara e não havia passagem para o divino entrar.
O homem não pode alcançar o divino através do amor. Toda a sua energia é totalmente diferente da energia feminina. 
Primeiro, ele deve atingir a meditação – então o amor acontece para ele. Então não há problema. Primeiro, ele deve chegar ao divino, então a pessoa amada também se torna divina. 

Após doze anos, Buda volta. Agora não há nenhum problema, agora em Yashodhara há Deus.
Antes, Yashodhara era demais, e foi difícil encontrar a Deus. Agora, o Deus está totalmente lá, não há espaço para Yashodhara. Para uma mulher acontece totalmente o oposto. Ela não consegue meditar, porque todo o seu ser é um impulso em direção ao outro. Ela não pode ficar sozinha. Sempre que ela está sozinha, ela está na miséria. Então, se você diz: Estar sozinho é bem-aventurança, ficar sozinho é um êxtase – uma mulher não pode compreendê-lo. Esta ênfase na solidão existe em todo o mundo por causa de muitos candidatos que são homens – um Buda, um Mahavira, um Jesus, um Maomé. Todos eles entraram em solidão, e eles só despertaram em solidão. Eles criaram o ambiente.

Uma mulher, sempre que sozinha, sente angústia. Se houver um amante, mesmo em sua mente, ela está feliz. Se alguém te ama, se alguém é amado – se o amor existe em torno de uma mulher, que se nutra dela. É um alimento sutil. Sempre que uma mulher sente que o amor não existe, ela simplesmente passa fome, sufocando, sendo que o todo se encolhe. Então, uma mulher nunca pensa que pode ser feliz na solidão. 
Esta energia feminina criou o caminho do amor e da devoção. Mesmo um amante divino a terá – não há necessidade de encontrar um amante físico. Krishna realizará para Meera, não há problema, porque para Meera o outro existe. Ele poderá nem  estar lá, Krishna pode ser apenas um mito, mas para Meera ele é, o outro existe – e, em seguida, Meera estará feliz. Ela poderá dançar, ela poderá cantar, e ela se nutrirá. 
No cerne da ideia, na imensa noção e sentimento que o outro existe e o amor existe, leva a mulher a se sentir preenchida, realizada.  Ela estará  feliz, viva. Só com este amor ela chegará a um ponto em que a amante e o amado se torna um. Em seguida, a meditação acontecerá. Para a energia feminina, a meditação acontece apenas na incorporação mais profunda do amor. Então, ela pode estar sozinha, então não há problema – assim ela nunca estará sozinha – o amado se fundiu com ela, agora ele está dentro dela. 
Meera, Radha ou Teresa, todas elas alcançaram a iluminação através de um amante – Krishna, Jesus. 
Meu sentimento é, que sempre que um buscador do sexo masculino vem a mim, ele está interessado em meditação, e sempre que um buscador do sexo feminino vem a mim ela está interessada em amor. Ela pode se tornar interessada ​em meditação se eu digo que o amor vai acontecer com ela. Mas seu desejo profundo é o amor. O amor é Deus para uma mulher 

Essa diferença tem que ser entendida; compreendida profundamente, pois tudo depende disso – e Gurdjieff está certo. Energia feminina busca o amor, e através do amor florescerá o estado meditativo, o samadhi. Satori virá, mas, no fundo, nas raízes será amor e satori será a flor. Para a energia masculina, satori estará nas raízes, samadhi estará nas raízes, a meditação estará nas raízes, e então o amor florescerá. Mas o amor será uma floração. 
Quando os buscadores do sexo feminino vem a mim…isto está fadado a acontecer: elas vão sentir mais amor, e então, um parceiro físico será menos satisfatório. Sempre que há um profundo amor, um parceiro físico será insatisfatório, pois o parceiro físico pode cumprir apenas na periferia, ele não pode cumprir no âmago. 
É por isso que, nos países antigos, como a Índia, que nunca permitiu o amor – nós permitimos que os casamentos sejam  arranjados. Uma vez que o amor é permitido, o parceiro físico vai ser insatisfatório, mais cedo ou mais tarde, e em seguida, haverá frustração. 
Agora, todo o Ocidente está perturbado. Desta forma não haverá se quer satisfação. Uma vez que você permite o amor, um homem comum não pode cumpri-lo. Ele pode cumprir com sexo, ele pode cumprir o lado superficial, mas ele não pode cumprir na profundidade. Uma vez que a profundidade esteja funcionando, depois de te-lá perturbado, somente Deus pode satisfazê-la, ninguém mais. Então, quando os buscadores do sexo feminino vem a mim, sua profundidade fica em choque. Elas começam a sentir um novo impulso, um novo amor surgindo. Agora seus maridos, seus namorados ou seus parceiros não serão capazes de satisfazê-las.  A partir disto só podem ser satisfeitas por uma elevada qualidade de ser. Isto está fadado a acontecer assim.  Desta forma, seu namorado ou seu marido, tem de se tornar mais meditativo, criar maiores qualidades de ser … só então o encontro será gratificante. Caso contrário, o relacionamento vai se romper, a ponte não permanecerá, você terá que encontrar um novo amigo. E se não for possível encontrar um novo amigo – como teve que acontecer com  Meera – então você terá que amar o divino e esquecer o contato físico não será mais para você. 
O mesmo acontece com os buscadores do sexo masculino, mas de uma forma diferente. Quando eles vêm até amim, eles se tornam mais meditativos. Quando eles se tornam mais meditativos, a ponte entre os velhos parceiros é quebrada, torna-se instável. Agora, sua namorada ou sua esposa tem que crescer, caso contrário, a relação fica trincada, não pode ser mantida. 
Lembre-se disso, todos os nossos chamados relacionamentos, são ajustes. Se um muda, o ajuste está quebrado – para melhor ou para o pior, e este não é o ponto. As pessoas vêm a mim e dizem: Se a meditação traz qualidades superiores, então por que o relacionamento é quebrado? Essa não é a questão. A relação foi um ajuste entre duas pessoas como eles eram. Agora, uma mudou, a outra tem que crescer, caso contrário haverão problemas e as coisas se tornarão falsas.
Sempre que um homem está aqui, ele se torna mais meditativo. Quanto mais meditativo ele está, mais ele quer ficar sozinho. A esposa, a amada, ficará perturbada com isto. Se ela não estiver entendendo, então ela vai começar a criar problemas – este homem quer estar mais sozinho. Se ela tem o entendimento, então não há problema, mas essa compreensão só pode vir a ela se seu amor crescer. Se ela se sente mais amorosa, então ela pode permitir que este amigo esteja solitário, sozinho, e ela vai proteger a sua solidão. Ela vai tentar ver que não é perturbada – este será o seu amor agora. E se esse homem se sente … se Buda sente que Yashodhara está o protegendo, cuidando, vendo com carinho, que sua meditação não é perturbada, que o silêncio é ajudado, então não há necessidade de escapar desta Yashodhara. Mas isso só acontece se o amor de Yashodhara crescer. Quando a meditação de um homem está crescendo, o amor de uma mulher deve crescer. Só então eles podem manter o ritmo, e surgirá uma harmonia maior e assim continuará a crescer mais e mais. 
Chega um momento em que o homem está totalmente em meditação e a mulher está  totalmente apaixonada – só então o encontro é perfeito, apenas o real, o orgasmo supremo entre duas pessoas. Não física, não sexual – Total! Duas existências de encontro em si, se dissolvendo. Em seguida, a amante torna-se a porta, o amado torna-se a porta, e ambos se tornam um. Assim, todo aquele que vem a mim, deve vir perfeitamente consciente de que é perigoso ficar perto de mim. Seus arranjos antigos serão perturbados – e eu não posso ajudá-los. Eu não estou aqui para ajudar os seus ajustes. Isto você deve decidir. Eu posso ajudá-lo a crescer – crescer em meditação, crescer no amor. Para mim, ambas as palavras significam a mesma coisa, porque elas convergem para o mesmo fim.
Osho – trecho do livro Meu Caminho,O Caminho das Nuvens Brancas.