Quando os jesuítas começaram a sua missão em algumas regiões do extremo oriente, como era de costume, eles tentavam converter o máximo possível de pessoas ao cristianismo.
Certo dia, um Jesuíta começou a pregar na Índia, fazendo seu sermão habitual. Ele afirmava que todos deviam seguir o cristianismo, pois só assim Deus iria nos ajudar e nos dar a graça divina.
Um indiano, praticante de sadhana (exercícios espirituais) acompanhava todo o discurso do jesuíta atentamente. O Jesuíta olhou para ele e disse:
- Você! Que parece estar prestando muita atenção no que eu digo. Chegou a hora de receber a graça de Deus e se converter ao cristianismo.
O indiano olhou para o missionário e disse:
- Pelo que observo, acho que essa é a principal diferença entre as religiões ocidentais cristãs e as filosofias do oriente.
- Qual é a diferença? Perguntou o Jesuíta.
O indiano respondeu:
- A grande diferença é simples: No cristianismo vocês acreditam que Jesus ou Deus virão nos ajudar, nos carregar no colo ou nos conceder alguma graça. O céu virá a Terra para nos dar algo, basta acreditar. Nós somos o contrário: acreditamos que quanto menos suportes, muletas e refúgios tivermos, melhor estaremos. Em nossas práticas, o objetivo é renunciar a tudo o que nos prende, não cultivar expectativas de nada nem de ninguém, e assim nos desnudar de todos os apegos, ilusões e correntes. Dessa forma, quando alguém se desfaz de tudo e só sobra ele mesmo, em estado puro, nossa essência começa a brilhar. É a diferença entre receber a luz ou acender a sua própria luz. Embora em algumas raras situações seja bom receber a luz, nós acreditamos em acender a nossa luminosidade interior, e não recebê-la de fora.
Autor: Hugo Lapa
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada por me visitar,deixe um comentário.
Um beijo